Chuck Norris
Madmaxista
«A questão galega» [Renato Epifânio, "Público", 03.11.13]
A situação que vou descrever passou-se na II Conferência sobre o Futuro da Língua Portuguesa no Sistema Mundial, que decorreu na Universidade de Lisboa, no final do mês de Outubro. Não vou mencionar nomes, porque o que mais importa são os argumentos. Ou a falta deles. Em todo o caso, a situação que vou descrever teve várias dezenas de testemunhas.
No âmbito desse evento, houve uma mesa específica sobre “A questão galega”. O que importa desde logo salientar é que todos os oradores dessa mesa eram galegos, falaram em galego para a assistência maioritariamente portuguesa e ninguém se queixou de não ter percebido o que quer que fosse.
Simplesmente, alguns oradores defenderam que a língua galega era realmente uma “língua independente da língua portuguesa” (uma “língua românica autónoma”, como foi frisado), enquanto os outros (entre os quais me incluo – dado que participei no aceso debate que se seguiu às diversas comunicações) defenderam o óbvio: que entre a língua que se fala na Galiza e em Portugal há tantas diferenças quanto, por exemplo, a língua que se fala em Portugal e no Brasil.
Bem sei que, lá e cá, há quem considere que, no Brasil, também existe realmente uma “língua independente da língua portuguesa” (talvez mesmo uma outra “língua românica autónoma”). O que até se compreende, para quem tem uma visão estrita, para não dizer estreita, do que é a Lusofonia – necessariamente, uma realidade plural e polifónica. De resto, a essa luz, até se pode questionar se em todo o território português se fala realmente a “mesma” língua.
Fácil é de perceber que o que esteve em causa, nesse debate, foram duas vias possíveis para a resolução da questão galega: uma insistindo numa via isolacionista, que não levará senão, a curto-médio prazo, à completa extinção dessa singularidade linguístico-cultural; a outra, apostando antes numa crescente convergência com o espaço lusófono (não apenas com Portugal), sem qualquer fantasma de dissolução. A língua que se fala na Galiza será sempre uma variante singular da língua portuguesa, nessa acepção mais ampla e mais profunda do que é a Lusofonia, enquanto realidade plural e polifónica.
Obviamente, a questão galega padece do fantasma político – sobretudo numa altura em que o todo espanhol ameaça desagregar-se. Por isso, compreende-se um especial cuidado por parte das autoridades portuguesas: decerto, ninguém pretende gerar um conflito político-diplomático com Espanha. Simplesmente, por muitos cuidados que se tenham, a verdade é que existe uma singularidade linguístico-cultural na Galiza que, por direito próprio, integra essa realidade plural e polifónica que é a Lusofonia. Com todos os cuidados político-diplomáticos que se devem ter, aja-se, pois, em consequência. A Pátria Lusófona assim o exige.
Presidente do MIL: Movimento Internacional Lusófono.
www.movimentolusofono.or
«A questão galega» [Renato Epifânio, "Público", 03.11.13] - ILC contra o Acordo Ortográfico
TRaducción
La situación que voy a describir se pasó en la II Conferencia sobre el Futuro de la Lengua Portuguesa en el Sistema Mundial, que tras*currió en la Universidad de Lisboa, a finales del mes de Octubre. No voy a mencionar nombres, porque lo que más importa son los argumentos. O la falta de ellos. En todo el caso, la situación que voy a describir tuvo varias decenas de testigos.
En el ámbito de ese evento, hube una mesa específica sobre ?La cuestión gallega?. Lo que importa inmediatamente destacar es que todos los oradores de esa mesa eran gallegos, hablaron en gallego para la asistencia mayoritariamente portuguesa y nadie se quejó de no haber percibido lo que quiere que fuera.
Simplemente, algunos oradores defendieron que la lengua gallega era realmente una ?lengua independiente de la lengua portuguesa? (una ?lengua románica autónoma?, como fue destacado), mientras los otros (entre los cuales me incluyo ? dado que participé en el aceso debate que se siguió a las diversas comunicaciones) defendieron el obvio: que entre la lengua que se habla en la Galicia y en Portugal hay tantas diferencias cuanto, por ejemplo, la lengua que se habla en Portugal y en el Brasil.
Bien sé que, allá y acá, hay quién considere que, en el Brasil, también existe realmente una ?lengua independiente de la lengua portuguesa? (tal vez incluso una otra ?lengua románica autónoma?). Lo que hasta se comprende, para quien tiene una visión estricta, para no decir estrecha, del que es la Lusofonia ? necesariamente, una realidad plural y polifónica. De resto, a esa luz, hasta se puede cuestionar si en todo el territorio portugués se habla realmente a ?misma? lengua.
Fácil es de percibir que lo que estuvo en causa, en ese debate, fueron dos vías posibles para la resolución de la cuestión gallega: una insistiendo en una vía isolacionista, que no llevará sino, a corto-medio plazo, a la completa extinción de esa singularidad lingüístico-cultural; la otra, apostando antes en una creciente convergencia con el espacio lusófono (no solo con Portugal), sin cualquier fantasma de disolución. La lengua que se habla en la Galicia será siempre una variante singular de la lengua portuguesa, en esa acepção más amplia y más profunda del que es la Lusofonia, mientras realidad plural y polifónica.
Obviamente, la cuestión gallega padece del fantasma político ? sobre todo en una altura en que lo todo español amenaza desagregar-si. Por eso, se comprende un especial cuidado por parte de las autoridades portuguesas: decerto, nadie pretende generar un conflicto político-diplomático con España. Simplemente, por muchos cuidados que se tengan, la verdad es que existe una singularidad lingüístico-cultural en la Galicia que, por derecho propio, integra esa realidad plural y polifónica que es la Lusofonia. Con todos los cuidados político-diplomáticos que se deben tener, actúese, pues, en consecuencia. La Patria Lusófona así lo exige.
Presidente del MIL: Movimiento Internacional Lusófono.
www.movimentolusofono.or
A situação que vou descrever passou-se na II Conferência sobre o Futuro da Língua Portuguesa no Sistema Mundial, que decorreu na Universidade de Lisboa, no final do mês de Outubro. Não vou mencionar nomes, porque o que mais importa são os argumentos. Ou a falta deles. Em todo o caso, a situação que vou descrever teve várias dezenas de testemunhas.
No âmbito desse evento, houve uma mesa específica sobre “A questão galega”. O que importa desde logo salientar é que todos os oradores dessa mesa eram galegos, falaram em galego para a assistência maioritariamente portuguesa e ninguém se queixou de não ter percebido o que quer que fosse.
Simplesmente, alguns oradores defenderam que a língua galega era realmente uma “língua independente da língua portuguesa” (uma “língua românica autónoma”, como foi frisado), enquanto os outros (entre os quais me incluo – dado que participei no aceso debate que se seguiu às diversas comunicações) defenderam o óbvio: que entre a língua que se fala na Galiza e em Portugal há tantas diferenças quanto, por exemplo, a língua que se fala em Portugal e no Brasil.
Bem sei que, lá e cá, há quem considere que, no Brasil, também existe realmente uma “língua independente da língua portuguesa” (talvez mesmo uma outra “língua românica autónoma”). O que até se compreende, para quem tem uma visão estrita, para não dizer estreita, do que é a Lusofonia – necessariamente, uma realidade plural e polifónica. De resto, a essa luz, até se pode questionar se em todo o território português se fala realmente a “mesma” língua.
Fácil é de perceber que o que esteve em causa, nesse debate, foram duas vias possíveis para a resolução da questão galega: uma insistindo numa via isolacionista, que não levará senão, a curto-médio prazo, à completa extinção dessa singularidade linguístico-cultural; a outra, apostando antes numa crescente convergência com o espaço lusófono (não apenas com Portugal), sem qualquer fantasma de dissolução. A língua que se fala na Galiza será sempre uma variante singular da língua portuguesa, nessa acepção mais ampla e mais profunda do que é a Lusofonia, enquanto realidade plural e polifónica.
Obviamente, a questão galega padece do fantasma político – sobretudo numa altura em que o todo espanhol ameaça desagregar-se. Por isso, compreende-se um especial cuidado por parte das autoridades portuguesas: decerto, ninguém pretende gerar um conflito político-diplomático com Espanha. Simplesmente, por muitos cuidados que se tenham, a verdade é que existe uma singularidade linguístico-cultural na Galiza que, por direito próprio, integra essa realidade plural e polifónica que é a Lusofonia. Com todos os cuidados político-diplomáticos que se devem ter, aja-se, pois, em consequência. A Pátria Lusófona assim o exige.
Presidente do MIL: Movimento Internacional Lusófono.
www.movimentolusofono.or
«A questão galega» [Renato Epifânio, "Público", 03.11.13] - ILC contra o Acordo Ortográfico
TRaducción
La situación que voy a describir se pasó en la II Conferencia sobre el Futuro de la Lengua Portuguesa en el Sistema Mundial, que tras*currió en la Universidad de Lisboa, a finales del mes de Octubre. No voy a mencionar nombres, porque lo que más importa son los argumentos. O la falta de ellos. En todo el caso, la situación que voy a describir tuvo varias decenas de testigos.
En el ámbito de ese evento, hube una mesa específica sobre ?La cuestión gallega?. Lo que importa inmediatamente destacar es que todos los oradores de esa mesa eran gallegos, hablaron en gallego para la asistencia mayoritariamente portuguesa y nadie se quejó de no haber percibido lo que quiere que fuera.
Simplemente, algunos oradores defendieron que la lengua gallega era realmente una ?lengua independiente de la lengua portuguesa? (una ?lengua románica autónoma?, como fue destacado), mientras los otros (entre los cuales me incluyo ? dado que participé en el aceso debate que se siguió a las diversas comunicaciones) defendieron el obvio: que entre la lengua que se habla en la Galicia y en Portugal hay tantas diferencias cuanto, por ejemplo, la lengua que se habla en Portugal y en el Brasil.
Bien sé que, allá y acá, hay quién considere que, en el Brasil, también existe realmente una ?lengua independiente de la lengua portuguesa? (tal vez incluso una otra ?lengua románica autónoma?). Lo que hasta se comprende, para quien tiene una visión estricta, para no decir estrecha, del que es la Lusofonia ? necesariamente, una realidad plural y polifónica. De resto, a esa luz, hasta se puede cuestionar si en todo el territorio portugués se habla realmente a ?misma? lengua.
Fácil es de percibir que lo que estuvo en causa, en ese debate, fueron dos vías posibles para la resolución de la cuestión gallega: una insistiendo en una vía isolacionista, que no llevará sino, a corto-medio plazo, a la completa extinción de esa singularidad lingüístico-cultural; la otra, apostando antes en una creciente convergencia con el espacio lusófono (no solo con Portugal), sin cualquier fantasma de disolución. La lengua que se habla en la Galicia será siempre una variante singular de la lengua portuguesa, en esa acepção más amplia y más profunda del que es la Lusofonia, mientras realidad plural y polifónica.
Obviamente, la cuestión gallega padece del fantasma político ? sobre todo en una altura en que lo todo español amenaza desagregar-si. Por eso, se comprende un especial cuidado por parte de las autoridades portuguesas: decerto, nadie pretende generar un conflicto político-diplomático con España. Simplemente, por muchos cuidados que se tengan, la verdad es que existe una singularidad lingüístico-cultural en la Galicia que, por derecho propio, integra esa realidad plural y polifónica que es la Lusofonia. Con todos los cuidados político-diplomáticos que se deben tener, actúese, pues, en consecuencia. La Patria Lusófona así lo exige.
Presidente del MIL: Movimiento Internacional Lusófono.
www.movimentolusofono.or
